segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Da Morte



A morte é o grande mistério da vida. É o absoluto desconhecido. E como todo desconhecido, ela nos causa medo, nos apavora. Foi justamente para afastar o medo causado pela morte que o homem criou a religião. Não por acaso, as grandes religiões do mundo buscam responder os mistérios que envolvem a morte e oferecer conforto aos vivos. A morte seria, em muitas religiões, apenas uma passagem para uma outra vida.
Apesar das respostas dadas pela religião, o fato é que a maioria de nós faz de tudo para afastar a ideia da morte do nosso dia a dia. Vivemos como se nunca fossemos morrer. O que é compreensível, uma vez que a lembrança constante da nossa finitude pode nos levar à infelicidade, à angústia. Assim, a morte é expulsa do nosso cotidiano e quando ela aparece, é sempre de forma trágica, dolorosa.
No entanto, há uma expressão em latim que nos oferece uma outra forma de encarar a morte: Memento Mori (que significa algo como “lembre-se de que vai morrer”). Sempre que um general romano era recebido com festa pelo povo, depois de uma grande vitória, alguém ficava em sua carruagem sussurrando essas palavras: “Olhe ao seu redor. Não se esqueça de que você é apenas um homem. Lembre-se de que um dia você vai morrer”.
Por mais mórbida que essa ideia possa parecer, a lembrança da nossa mortalidade pode nos levar a ter outra relação com a vida. A consciência que estamos inexoravelmente condenados à morte, nos impele a valorizar mais a existência. Memento Mori, portanto, é um impulso à vida. É um imperativo para aproveitar os dias que nos restam da melhor maneira possível. Assim, é diante da ideia da morte que a nossa vida ganha sentido. Será que estamos fazendo valer a nossa existência? A vida é rara, portanto, carpe diem, aproveite o dia.

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