Desde
a vitória de Dilma Rousseff, em 2014, o Brasil está presenciando uma das
maiores crises políticas da sua história. Depois das eleições, o país se
dividiu. Direita x Esquerda, Coxinhas x Petralhas: essa polarização tomou conta
da política nacional e deixou em segundo plano qualquer discussão sobre um
projeto de desenvolvimento para o país. O resultado foi uma grave crise
econômica e política que culminou no impeachment/golpe de Dilma, em 2016. Paralelo
a isso, a atuação da Lava-Jato expôs à sociedade graves escândalos de corrupção
envolvendo praticamente todos os partidos, mostrando que no Brasil a corrupção
é sistêmica, não é obra exclusiva do partido A ou B.
Esse
conjunto de coisas provocou uma crise de representatividade na política. A
democracia passou a ser questionada. Muitas pessoas passaram a falar
abertamente em intervenção militar. No meio dessa crise (e graças a ela), a
figura de Jair Bolsonaro ganhou força. Com um discurso conservador, contra
minorias e, sobretudo, se colocando contra a chamada “velha política”,
Bolsonaro passou a atrair os votos daqueles que estão insatisfeitos com a
política tradicional brasileira. Esses eleitores veem nele uma espécie de
salvador, um messias capaz de livrar o Brasil da corrupção e da “ameaça
vermelha”.
Nesse
novo cenário, a disputa política entre PT e PSDB que durante muito tempo
predominou no Brasil, deu lugar à outra polarização: Bolsonaro x PT. Essa nova dualidade
é muito mais perigosa. Ela tem o potencial de dividir ainda mais o país, uma
vez que o antipetismo é tão grande quanto o antibolsonarismo. Essa disputa pode aumentar a radicalização na política brasileira, ameaçando a nossa
democracia.
A
possibilidade de uma segundo turno entre Bolsonaro e Fernando Haddad não parece
ser saudável para o Brasil. Nessa disputa, o que vai predominar é o ódio.
Independente de quem vencer as eleições, o país vai continuar dividido e a
radicalização vai aumentar. Nesse momento, precisamos de uma terceira via,
conciliadora, agregadora, que coloque os interesses nacionais acima de qualquer
disputa ideológica. Do contrário,
podemos estar caminhando à passos largos para uma guerra civil.
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